quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Somos o que prometemos

Nas últimas semanas tenho me deparado com profundas questões éticas. Primeiro, em uma aula sobre este tema, um aluno disse que prometer o que não podia cumprir não era questão ética, mas somente falta de planejamento. Ele ainda foi enfático em dizer que temos que prometer sim, mesmo que não possa ser cumprido. Segundo ele, o que vale é a intenção.

Acho que isso explica todo o resto, ou seja, políticos que prometem, são julgados (e votados) pela intenção. Não cumprir, não é um problema ético, somente falta de planejamento, certo?! Infelizmente muitas outras pessoas também pensam da mesma maneira e, assim, seguimos em frente.

A partir disso, todo o resto é conseqüência. Um filho que não consegue tirar notas boas e tem os pais brigando com o professor, pois ele estudou tanto (o que vale é a intenção). Profissionais que não conseguem entregar o que prometeram, pois curriculuns são escritos com a idéia daquilo que somos e não nossas reais capacidades. Quantas empresas nascem, crescem e lucram só com a intenção.
Experto é quem consegue achar um culpado, não quem assume os erros. Mas o que se aprende com isso? Que pode continuar errando, pois, mais uma vez, o que vale é a intenção: Bem que tento acertar.

Se queremos acertar o mundo, não adianta querer que os outros mudem, se não começarmos por nós mesmos. Somente quando for errado prometer o que não se pode cumprir e acusar outros por nossos erros, poderemos pedir mudanças maiores, de toda a sociedade.

Até lá, queira assumir seus erros e melhorar com eles, mesmo que seja só um erro de planejamento e não uma promessa não cumprida.